segunda-feira, 1 de junho de 2009

Para uma sensibilidade compartilhada.

Brasília, 01 de junho de 2009.

I. [b] C.,

Fiquei hoje pensando um tempão naquelas velhas bobagens de sempre.
Depois de chorar assistindo um especial do R. C. na televisão, além da "louca" sensibilidade que percebi, passei horas da minha noite me colocando no lugar dos autores das letras de música. Como eles conseguem escrever coisas que se encaixam tão bem pra todo mundo, assim, falando de uma forma geral. Já identifiquei, dediquei e até chorei por alguém com algumas músicas, é como se traduzisse tudo aquilo que eu sinto no exato momento que escuto pela primeira vez.
Como pode alguém não saber que existo e traduzir tão bem a minha personalidade? Será que ele sabe ou será que nós achamos mais fácil usar a linguagem de outra pessoa pra dizer o que pensamos ao invés das nossas próprias palavras? E se a gente tem medo, porque será que ele não tem? É tão mais forte assim que eu, pobre mortal apaixonada?
As vezes acho que já me acostumei a procurar alguém ou certas ocasiões quando escuto certas músicas. Por exemplo, quando ouço a P. T. cantando Grand Hotel lembro logo do fim com o A. B., Z. R com A. V cantando coração bola me lembra aquelas boas e velhas tarde no L. V. sentada na calçada com os T., Borboletas do V. e L. me lembra o R. [c] G., J. e M. com De Tanto te Querer me lembra o E. [d] S. e aquelas boas noites no M. O., o T. [g] me lembra Nosso Xote e são tantas músicas confundindo minha mente, me trazendo boas e velhas recordações, sensações e novos desejos.
É desejo de ter de volta ou não ter nunca mais. É pensar que aquela música pode não lembrar nada agora, mas que um dia terei um momento, uma cena perfeita pra ela. É vontade de colocar uma trilha sonora em tudo que faço nos meus dias, nas crises de riso no meio do corredor e nas lágrimas escondidas no banheiro frio de um restaurante qualquer.
Não sei bem porque escrevi essas coisas pra você se nunca fomos tão amigas, arriscaria dizer que na verdade nunca passamos de conhecidas devido as esbarradas por ai, sempre com tentativas frustradas de nos entender. Mas sei que um dia você já compartilhou desses mesmos pensamentos que tenho nessa noite, então nada mais justo que ter a minha chance de compartilha-los com você, mesmo que seja tarde de mais pra algo assim.
F. [s] T.

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