sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

De um egoísmo romantico.

Asa Norte, 28 de janeiro de 2011.

(s.d.),

Eu que amei no sentido amplo que esse sentimento carrega, acordei e desamei. Eu que amei, amo, desamo. Eu que não me arrependo.
Eu que amei secretamente e desamei por ser descoberta, eu que amei a distancia e desamei pela rotina. Eu que já amei por carta e desamei virtualmente. Eu que já fui amada em música, sonetos e palavras soltas. Eu que amei nos pequenos gestos e nas grandes demonstrações de afeto.
Eu que tive mais medo de ser amada do que de amar.
Eu que tive quem apertar a mão de alguém por ficar aflita com o trapezista num circo vazio em uma tarde de domingo. Eu que me entreguei, chorei e sofri por uma mentira, eu que desamei por uma verdade. Eu que prometi não amar até o próximo amor sem limites.
Eu que demonstrei demais, eu que fui fria demais. Eu que escrevi lindas cartas de amor e duros recados de desamores.
Eu que te odeio por um segundo e em seguida te amo mais. Eu que me apropriei do amor dos grandes poetas e musicos como se fossem meus próprios amores. Eu que não tive palavras pra demonstrar o verdadeiro significado que as pessoas ao meu redor tinham.
Eu que surtei ao achar que me amavam, eu que demorei séculos para entender que realmente me amavam. Eu que me acho feia, eu que me preparo para arrancar suspiros em uma balada de quinta(-feira).
Eu que acredito no meu poder feminino, eu que digo que já fui menininho. Eu que não tenho vergonha de não ter vaidade 24h por dia.
Eu com todo meu egoísmo, eu com todas as minhas lembranças.
Eu que ainda sendo eu e somente eu, com amores e desamores, vivo bem sozinha, mas já não consigo me imaginar sem você.
F. [s] T.