terça-feira, 26 de maio de 2009

Para se declarar a luz da lua.

Rio de Janeiro, 1968.

C.,
A noite perguntou ao bobo:
-O que te importa mais na vida além do amor dessa menina?
E o bobo respondeu :
-Nada mais noite, só C.!
-E a sua luta
-C.!
-E o poder?
-C.!
-E a glória?
-C.!
-E o mundo mais justo?
-C., C., C., eu quero que o mundo se exploda se eu não tiver C.. Eu sou o bobo da sua noite menina , eu sou o homem da sua vida.
L. C.
Uma declaração na janela que deveria ser pronunciada sempre, escrita em todos os lugares e ouvida por todas as meninas. É fácil se apaixonar com a declaração certa, e essa, com certeza, é uma delas. [Fica a dica.]
Texto extraido do filme A dona da História de Daniel Filho.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

De uma grande [a maior] inspiração.

[Atemporal]

Menininha,

Desde agora, cinco horas da tarde, até a hora em que for dormir, estarei sozinho, porque disse a todos os meus amigos que estava muito cansado e não queria ver ninguém.
A menininha para quem cuidadosamente reservei esse tempo livre nem se deu o trabalho de me avisar que não viria.
Descubro com melancolia que meu egoísmo não é tão grande assim, pois dei ao outro o poder de me magoar.
Menininha, foi com carinho que lhe dei esse poder. É com melancolia que a vejo usá-lo.
Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda e diz: "Era só um conto de fadas..." E a gente sorri de si mesma. Mas, no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida.
A espera. Os passos leves. Depois as horas correm frescas como um riacho em meio à relva sobre seixos brancos. Os sorrisos, as palavras sem importância que são tão importantes. Escutamos a música do coração: é linda, linda para quem sabe ouvir...
Queremos muitas coisas, é claro. Queremos colher todos os frutos e todas as flores. Queremos sentir o cheiro de todos os campos. Queremos brincar. Será mesmo brincar? Nunca sabemos onde começa a brincadeira nem onde ela acaba, mas sabemos que somos carinhosos. E ficamos felizes.
Não gosto da estação interior que substitui minha primavera: uma mistura de decepção, de secura e de rancor. Mergulho num tempo vazio onde não tenho mais motivos para sonhar. O mais triste num sofrimento é se perguntar: "vale a pena?"...
Vale a pena todo esse sofrimento por quem nem mesmo pensa em avisar? Certamente não. Então nem sofrimento se tem mais, e isto é ainda mais triste.
Não há Pequeno Príncipe hoje, nem haverá nunca mais. O Pequeno Príncipe morreu. Ou então tornou-se muito cético. Um Pequeno Príncipe cético não é mais um Pequeno Príncipe. Fiquei magoado com você por tê-lo destruido.
Também não haverá mais carta, nem telefonema, nem sinal. Não fui muito prudente, e não pensei que pouco a pouco, com isso, arriscava um pouco de sofrimento. Mas eis que me feri na roseira ao colher uma rosa.
A roseira dirá: "Que importancia eu tinha para você?" Chupo meu dedo, que sangra um pouquinho, e respondo: "Nenhuma, roseira, nenhuma. Nada tem importância na vida. Nem mesmo a vida.) Adeus, roseira."
A. [pp] de S.-E.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Para um príncipe gigante.

Brasília, 18 de maio de 2008.

T. S.,

Te defini como minha alma gêmea musical, mas acredito que esse sentimento vai além dos acordes de um música tocada na madrugada ou de qualquer forró dançado numa noite fria. É te ver numa sala apertada, cheia de gente e me sentir feliz porque você está ali.
Eu entrava naquela sala pra falar com o T. e você sempre lá, quietinho e com um singelo oi. Qual era o segredo que tinha de tras daquele menino timido sentado na frente do computador. Aos poucos se revelou um viciado em video game, é, ainda me deve uma partida no bomberman. Nisso já me via te abraçando, rindo e conversando mil coisas com você. Ir para casa sem passar na C. M. parecia ir embora com a sensação de que não terminei tudo que tinha pra fazer. Quase uma obrigação mesmo, mas a obrigação mais prazerosa das minha 4h de trabalho diárias.
Mas ai Papai do Céu veio e me deu um presente maior: você todos os dias, não mais na sala ao lado, mas sim trabalhando ali na mesma salinha. Me permitindo ver ser sorriso todos os dias, mesmo que por simplesmente esbarrar em você.
É T. S., você anda me acostumando mal com essa presença linda na minha vida. E quer saber da maior? Eu adoro isso!
Você tem sido mais que uma alma gêmea musical. Amigo, companheiro e sorriso, ou melhor, um bom motivo pro meu sorriso. Continue assim, cativando e cativante.
~Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.~
[De um pequeno príncipe para um príncipe gigante]
Com um carinho surreal
F. [s] T.

domingo, 10 de maio de 2009

Para um carinho que vai além da distância.

Brasília, 14 de maio de 2009.

L. S.,

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Acho que esses versos são bem auto-explicativos né?! É bem o que tenho sentido sem parar nos últimos tempos. Saudades de você e do seu colo amigo. "Falas camaradas".
Nós praticamente crescemos juntas, descobrindo mil coisas, mil sentimentos. Cada um no seu tempo é claro, a diferença de idade algumas vezes berrou no desespero, mas nós sempre soubemos entender as necessidades de cada uma. Um momento de cada vez, uma aventura do jeito que cada pudesse viver.
Andei desejando de volta momentos assim. Momentos de inocencia misturados com uma vontade louca de conquistar o mundo, de chorar por parecer tudo sempre muito impossível e no fim do dia soltar uma gargalhada como se todos os problemas do mundo se solucionassem com apenas uma tarde com você.
Sentar na calçada. Papear com sua mãe. Brigar com seu irmão. Cobrar suas notas da escola. Coisas tão bobas que fazem tanta falta, tanta saudade, tanto, tanto e tanto querer.
Acho que tenho mesmo carinho de mãe por você. Gosto de cuidar e te ver sempre feliz e espero que nada que aconteça nesses nossos caminhos, que estã momentaneamente separados, sim, eu disse momentaneamente, possa mudar esse carinho e brilho que nossa amizade tem.
Te amo enquanto houver brilho nos 'corpos mortos' do céu.
Beijo
F. [m] T.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Para uma saudade apenas.

Brasília, 07 de maio de 2009.

X. [lê-se um nome qualquer] Y.,

Hoje, me peguei pensando em você, no teu sorriso e seu jeito de me abraçar. Pensei no seu colo bom e o cafuné gostoso que você fazia quando eu encostava no teu peito.
Você já desejou que o tempo voltasse a uma tarde? Mas quando digo desejar é desejar mesmo, quase que te faz sentir que voltou mesmo. É fechar os olhos e poder sentir o toque, a brisa, o beijo. Você pode sentir até a coceira que a grama deixa em suas pernas.
Acho que agora entendo o verdadeiro significado da palavra "falta".
Falta vai além do não ter mais. É uma daquelas palavras que trancedem o significado que o Aurélio traz. É não ter mais o que tanto deseja e desejar tanto que mesmo que volte a ter não será suficiente. É saudade. É querer. É desejar.
Te tenho tão perto e ao mesmo tempo tão longe que você me faz falta. As coisas não têm a mesma graça sem você, sem seu sorriso. As coisas já não são tão crueis porque nada é pior do que a saudade do seu abraço.
E sabe o que é pior? Sentiria saudades de você até mesmo sem te conhecer!
F. [s] T.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Para o aniversário de uma 'desconhecida'.

Brasília, 26 de abril de 2009.

A. M.,

Queria encher esse papel de coisas legais, bonitas e divertidas. Encher de flores, corações e sorrisos, mas é díficil colocar em palavras o que só da pra sentir com o coração.
Que nessa data de hoje você possa ter todas as coisas boas do mundo, todas as amizades sinceras e as pessoas que gostam de você ao seu lado. Que você dê muitos sorrisos e espalhe por ai essa alma boa que você tem.
Que você dance, curta e se divirta como nunca. Que você tenha bons motivos pra comemorar e que assim possa fazer. Que você tenha muitos amores intensos e verdadeiros e, quando digo isso, não falo de amor de namorado, mas amor de pai, mãe, amigo, amor por viver e por saber viver. Que você consiga extrair as coisas boas das piores situações da vida e que, mesmo quando tudo parecer está perdido, você consiga soltar uma dessas gargalhadas gostosas que você tem e seguir em frente.
Que na sua vida apareçam GRANDES. Grandes amigos, grandes realizações, grandes amores, grandes aventuras, grandes livros, mestres e grandes sonhos.
Mas que tudo isso não seja só no dia de hoje, mas amanhã e depois e depois. Que você possa viver uma eterna alegria durante toda essa aventura que é a vida.
De quem te quer sempre bem.
M. [b] R.
~Um velho jeito de se escrever com um novo codinome rodando por ai.~