terça-feira, 26 de julho de 2011

Para todos os defeitos.

Brasília, 26 de julho de 2011.

P. E.,

Eu acordo cedo, mas gosto de enrolar na cama. Eu gosto de ouvir meu despertador tocar 5 vezes antes de levantar de fato. Eu troco o café da manhã por mais 10 min de sono, e por falar em café da manhã, vou logo dizer que tenho péssimos hábitos alimentares.
Eu gosto de hamburguer e pizza, almoço M. D. sem peso na consciência. Não dispenso o chocolate ou a C.-c.. Não gosto de academia e o mais perto que chego dos exercícios físicos é o forró na quinta-feira.
Eu gosto de baralho e falo palavrão. Eu bebo. Não fumo, mas bebo.
Não sou barraqueira, mas sei elegantemente não levar desaforo pra casa. Eu falo alto sem perceber. Eu saio sem maquiagem na maior parte do tempo e ah, eu sei andar de salto, mas não gosto.
Eu uso unhas vermelhas e, quando não estão vermelhas, eu roo elas.
Eu sou ansiosa e sofro do mal das pernas inquietas. Tenho insônia. Tenho insônia e por causa dela desenvolvi um gosto estranho pelos filmes bobos que passam de madrugada. E não, eu não gosto de filme pornô. Eu gosto de rock, mas vou em show de axé. Eu sei dançar até o chão se o funk estiver tocando. Eu não sou vulgar. E sim, eu sei todos os sertanejos do momento.
Eu uso óculos.
Eu estou levemente acima do meu peso e minto minha altura para parecer mais alta. Eu tenho 1, 54 e meio e isso é verdade.
Eu tomo sorvete de madrugada e tenho medo de escuro. Eu durmo de luz acessa quando durmo. E nesses raros momentos em que durmo, a TV fica ligada. A propósito, a TV está sempre ligada.
Não sei se ronco, mas e se roncar?
E se eu roncar será mais um defeito a essa lista cheia deles. Mas quer saber, P. E., não importa quantos ou quais defeitos eu assuma, as pessoas sempre escolhem se apaixonar pela mentira.
F. [s] T.