domingo, 10 de abril de 2011

Para responder a carta abaixo.

Brasília, 07 de abril de 2011.

F. [s] T.,

Eu sei que você não entende o que sente. Eu sei que não sou suficientemente bonito, sou alto e desengonçado. Sei que suas amigas sempre te perguntam o que você vê em mim e também sei que não demonstro sempre o porquê te quero e te desejo tanto.
Mas o que eu mais sei é que você não sabe de várias coisas que agora vou te dizer.
Você não percebe que todos os dias te ligo no mesmo horário, que pergunto como foi teu dia, como você está. Você não nota que eu te conheço pela voz, sei quando você está triste, quando está entusiasmada ou desanimada. Sei quando você não quer papo comigo.
Mesmo que você ignore meus sentimentos, que você não entenda o que sinto e como sinto, mesmo que você vire o rosto e diga "tá.", mesmo com todo esse desdenho, eu te amo e no fundo você sabe disso.
Você sabe que não vai encontrar homem que saiba ser fofo e criativo como eu. Basta pensar em quantos carinhas já deixaram uma rosa na sua caixa de correios ou quantos deles marcou uma poesia em um livro que sabia que você ia gostar. Quantos deles sabem que você gosta de poesia?Quantos te veneram, te desenham, quantas cartas de amor você já recebeu? Quantas delas foram intensas e verdadeiras como as minhas? Quantas pessoas são capazes de se apaixonar em um lual sem lua por uma garota que tem um apelido bobo? Quantos cara querem ser p.? Quantos abrem a porta do carro ou sussurraram coisas bonitas no teu ouvido? Quantos acreditam que tem uma namorada mesmo escutando um não?
Eu sei como você gosta que eu toque seus cabelos, como você gosta que eu te beije, como você se sente mulher. Eu conheço suas manias.
Você gosta de enfiar suavemente seus dedos por entre meus cachos e pode passar oras assim. Você gosta de olhar pro céu e ver os desenhos que as nuvens formam, você gosta de ouvir música no quarto, mas gosta mais ainda de subir no sofá e dançar ao som de L. S.. Você come uma panela de brigadeiro sozinha e não passa um dia se quer sem c.-c.. Você tem cólicas insuportaveis.
Você prefere o R. só por achar o nome divertido e você seria incapaz de escolher teu filme prefiro. Você gosta de me explicar 20 vezes a mesma coisa.
Eu posso não saber de botânica, mas entendo o significado dos l., eu posso não saber física, matemática, mas entendo de poesia. Eu não sei mesmo as leis de N., mas sei como fazer com que você, mesmo sem entender o porquê, continue comigo.
Eu não teria coragem de te entregar esta carta, mas queria que você acreditasse quando eu te digo que todos os dias eu tento te lembrar o porquê estamos juntos. Pena que você não percebe.

T. A. N. com todos os porquês não ditos.
A. [b] M.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para um sentimento já vivido, mas nunca escrito.

Brasília, 07 de abri de 2011.

A. [b] M.,

Você não é bonito. Passa longe dos galãs de filme que eu e minhas amigas suspiravamos pelos corredores do L. V., você é alto e desengonçado.
Você não sabe muio sobre botânica e sempre erra o nome das flores, você não entende de física e sempre confunde as leis de N., você não sabe de raíz quadrada, nem de logarítimo. Você conhece umas bandas que eu nunca ouvi falar e me mostrar uns filmes bizarros com corpos voando para todos os lados. Você não entende a diferença de comédia para comédia romântica e por mais que eu tenta explicar, você sempre diz no final: "então é só o beijo que faz dela romântica ou não?" Você parece não ter tato nenhum, química alguma comigo, mas então, porque? Porque eu não tiro esse menino bobo da cabeça, porque teu toque me da calafrio, porque eu insisto em tentar e tentar e tentar de novo, como se fosse possível mudar radicalmente, como se fosse possível se adaptar. As minhas amigas não param de me perguntar porque eu perco tanto tempo com você. A gente não combina sabe? Eu sou espontânea e você o menino tímido da outra escola. Não posso evitar em pensar nessas coisas, em me questionar, e ao mesmo tempo não posso quebrar a promessa de ser sincera.

Desculpa, mas é que as vezes me esqueço e preciso ser lembrada...

T. A. N. mesmo sem um porquê.
F. [s] T.