domingo, 28 de junho de 2009

Para começar a cuidar do meu jardim.

Brasília, 26 de junho de 2009.

F. [c] L.,

Você me designou uma missão bem dificil essa semana, escreve uma carta que não fosse triste porque, segundo você, minhas cartas são todas tristes. Eu discordo em partes disso. Em partes porque acho que elas tem muito de saudade, mas a saudade é feita pra ser triste na maioria das vezes, logo, em partes concordo com a tristeza delas. Rs.
Não sei se você vai gostar das coisas escritas aqui, mas vamos lá.
Esse ano ganhei de presente surpresa uma pessoa incrivelmente maravilhosa no meu dia-a-dia. Você. Um amigo que vou levar além dos desesperos por não conseguir fazer os trabalhos, além das idas no C.A. e além das farras da vida.
Mulequinho que cuida de mim, mesmo que pelo msn. Foi chegando devagar e ganhando um espaço todo seu né?! Pois é. Já era! Ficou sendo o calouro querido da F., e querido no sentido mais amplo e puro dessa palavra.
Acho que mais do que uma carta "feliz", eu acho que essa é uma carta de reconhecimento, de "dar valor" a quem merece. E bom, que seja a primeira de muitas e que as próximas sejam sempre cartas assim e não cartas de saudades.
Beijos de quem te quer sempre bem.
F. [s] T.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Para ir além do viveram felizes para sempre.

Brasília, 22 de junho de 2009.

D. L.,

Acabei de sair do seu Orkut e te deixei um recado assim: Amo você!. Depois que o enviei percebi que sinto falta de escrever pra você, mas de escrever de verdade. Cartas com páginas e páginas dizendo velhas rotinas. Senti falta de te ligar, de ficar ouvindo sua voz por horas e horas no telefone. Falta da sua risada. Falta do seu abraço, de deitar no seu colo e ganhar um cafuné, de ter que brigar com você pra colocar um pingo de juizo nisso que você chama de cuca.
Já tá tarde pra te ligar e pra dizer tudo isso, principalmente porque sei que se fizer isso nós acabaremos brigando por eu ficar tanto tempo sem ligar ou aparecer, por não te contar as coisas que acontecem na minha vida e pá. Acho que hoje descobri porque escrevo cartas e acho também que nunca te contei.
Escrevo por ser minha valvula de escape, meu jeitinho único de não encarar meus medos de procurar pessoas que não vejo ou falo a muito tempo. Medo das coisas não serem como antes, elas nunca são né?! Engraçado como sempre te digo isso e morro de medo disso tudo.
Engraçado como sou forte e guerreira pra você e no fundo não sou nada mais que uma criança presa num quarto escuro morrendo de medo do bicho papão.
Eu só queria aquelas velhas conversas de pilastra num pátio cheio de gente ao redor e que não fazem a menor diferença simplesmente porque você está lá, porque você segura na minha mão, sorri e fim. O mundo para de girar e só existe nós dois e aquele momento.
Certeza que se eu dissesse isso pra você no telefone você ia perguntar: F., você tá de TPM?. Eu ia soltar uma risada, te chamar de bobo e chorar um pouco sem que você percebesse. Odeio que você me veja chorar, pois sempre acho que isso vai fazer você desacreditar um pouco no conto de fadas da melhor amiga coração de pedra e cabeça no lugar. Amo ver nossa história escrita assim: conto de fadas.
E paro por aqui antes que solte um final feliz e ponha um fim nisso que ainda temos pra viver.
Amo você, mais do que no viveram felizes para sempre
porque o pra sempre é e vai ser sempre pouco pra nós.
Beijos
F. [s] T.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Para uma data comercial transformada em sentimento.

Brasília, 12 de Junho de 2009.

Ao namorado inexistente,

Boa tarde, amor. Hoje é o nosso dia, dia que o comércio criou para supostamente nos homenagear, ou seja, sugar as últimas economias que sobrou da mesada do mês passado, já que a desse mês só sai dia 15.
Credo...Você conseguiu arrumar a namorada mais chata desse mundo né?! Que fica sendo sensata 24h por dia, 365 dias no ano. Sei que não sou a pessoa mais "bichinha" desse mundo, nem a mais cheia dos carinhos e você sabe que não é porque não sei ser, mas porque acho que desaprendi a ser tudo isso.
As palavras doces as vezes ficam presas na ponta da caneta dominadas por um medo de demonstrar o que estou sentindo e te assustar de vez da minha vida porque acho que prefiro ser uma pedra em forma de gente do que não te ter do meu lado.
Sim, medo! Essa gigante fortona aqui morre de medo de um dia te não ter mais seus cafunés e suas poesias ao pé do ouvido na frente de uma fogueira. Morre de medo de ter que ir caminhar sozinha em volta do lago ou de ficar doente, acordar e não te ver ali ajoelhado no chão do meu quarto vigiando meu sono.
É, meu amor, talvez eu não seja tão durona quanto tento ser. É que não quero um dia olhar pro que a gente viveu e sentir que foi só um tempo, mas quero que seja a boa lembrança das minhas manhãs, tardes e das minhas noites.
Você deve tá estranhando o tanto de "amor" que coloquei nessa carta hoje, já que não é meu maior costume, mas é que hoje queria te dizer o que nunca disse, te contar um daqueles grandes segredos que você diz que eu guardo cada vez que respondo um: não é nada não!
Meu bem, amar é tão mais fácil quando penso em você, quando estou com você e até mesmo quando sinto a saudade de você. Tudo com você tem um gostinho diferente, gosto de algodão doce, gosto de bala de caramelo, mas principalmente um gostinho de quero mais cada vez que paro de te beijar.
Nesse dia dos namorados, quero te agradecer por está sempre do meu ladinho e por aguentar esse jeito doido e inconstante que sei que tenho.
Amo você, assim do meu jeito torto e diferente, mas amo você.
Beijos
F. [s] T.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Para uma sensibilidade compartilhada.

Brasília, 01 de junho de 2009.

I. [b] C.,

Fiquei hoje pensando um tempão naquelas velhas bobagens de sempre.
Depois de chorar assistindo um especial do R. C. na televisão, além da "louca" sensibilidade que percebi, passei horas da minha noite me colocando no lugar dos autores das letras de música. Como eles conseguem escrever coisas que se encaixam tão bem pra todo mundo, assim, falando de uma forma geral. Já identifiquei, dediquei e até chorei por alguém com algumas músicas, é como se traduzisse tudo aquilo que eu sinto no exato momento que escuto pela primeira vez.
Como pode alguém não saber que existo e traduzir tão bem a minha personalidade? Será que ele sabe ou será que nós achamos mais fácil usar a linguagem de outra pessoa pra dizer o que pensamos ao invés das nossas próprias palavras? E se a gente tem medo, porque será que ele não tem? É tão mais forte assim que eu, pobre mortal apaixonada?
As vezes acho que já me acostumei a procurar alguém ou certas ocasiões quando escuto certas músicas. Por exemplo, quando ouço a P. T. cantando Grand Hotel lembro logo do fim com o A. B., Z. R com A. V cantando coração bola me lembra aquelas boas e velhas tarde no L. V. sentada na calçada com os T., Borboletas do V. e L. me lembra o R. [c] G., J. e M. com De Tanto te Querer me lembra o E. [d] S. e aquelas boas noites no M. O., o T. [g] me lembra Nosso Xote e são tantas músicas confundindo minha mente, me trazendo boas e velhas recordações, sensações e novos desejos.
É desejo de ter de volta ou não ter nunca mais. É pensar que aquela música pode não lembrar nada agora, mas que um dia terei um momento, uma cena perfeita pra ela. É vontade de colocar uma trilha sonora em tudo que faço nos meus dias, nas crises de riso no meio do corredor e nas lágrimas escondidas no banheiro frio de um restaurante qualquer.
Não sei bem porque escrevi essas coisas pra você se nunca fomos tão amigas, arriscaria dizer que na verdade nunca passamos de conhecidas devido as esbarradas por ai, sempre com tentativas frustradas de nos entender. Mas sei que um dia você já compartilhou desses mesmos pensamentos que tenho nessa noite, então nada mais justo que ter a minha chance de compartilha-los com você, mesmo que seja tarde de mais pra algo assim.
F. [s] T.