sábado, 3 de outubro de 2009

Para parar de brincar.

Brasília, 3/12 de outubro de 2009.

K.,

Eu não tenho muita coisa pra dizer.
Eu não tenho o mundo pra te dar, uma canção que faça a rima parecer melhor quando você está.
Eu não sei porque a gente tem que entender se por acaso ninguém precisa explicar.
Preciso de um verso apenas pra dizer que com você tudo muda.
Dias de sol, só com você, com direito a horas a mais e rimas iguais, como eu e você.

A um tempo atrás, comecei a escrever essa carta com um propósito tão diferente do de hoje. Pela primeira vez fui em editar e ao invés de apagar resolvi realmente editar algo que já tinha começado a escrever.
Um carta romântica, com um belo inicio. Uma música doce e suave. Pura como o sentimento que ela deveria transparecer: Carinho! E agora é apenas palavra num papel.
Rascunho de um sentimento que acabo de descobri que nunca existiu. É sentir que fui um pedaço de carne e que valia tudo pra ter no prato.
Abrir a porta do carro, presentear, sorrir, elogiar e dizer 'eu amo você' podem não significar o que deveriam. Sinto que participei de um jogo do qual nem sabia que existia, sinto que não quero passar de novo e de novo por isso, pois a sensação de game over não é nada satisfatória.
Não consigo parar de pensar nas coisas que ouvi, nas coisas que ele fez pra destruir o restinho de admiração e das boas lembranças que tinha de nós dois juntos. Como pode você amar alguém por tanto tempo e de repente, nos 10 segundos que se leva pra pronunciar uma frase, tudo deixa de ter sentido?
Porque passei tanto tempo sorrindo quando o nome dele aparecia na tela do celular, quando a janelinha do MSN subia, quando ele dizia que só queria ouvir minha voz? Pra quê tanta saudade, tantos beijos, tanto brilho no olhar? Pra quê tudo isso se num futuro isso nada significaria?
E a pior parte disso é a sensação de ter me afogado novamente nesse sentimento louco. E agora? Como faço querida K.? Acho que não quero mais brincar dessa coisa que é me apaixonar.
F. [s] T.

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