terça-feira, 26 de março de 2013

Para o mapa-mundí ser pequeno.

Rio de Janeiro, 27 de março de 2013.

P.,

Me sinto tão só sem você aqui do meu lado. O mundo roda rápido a ponto de me fazer sentir tonturas inexplicáveis. As noites são frias e já não me sinto contente.
Tínhamos planos bonitos e sinceros. Tínhamos a eternidade ao nosso favor. Juramos um mundo de possibilidade e juramos torná-las realidades juntos. Desejávamos um painel de boas recordações na sala e uma cozinha com armários amplos onde eu pudesse "esconder" os copos.
Me diga, P., onde você está? Me diga que te acho na imensidão desse mundo. Seja delicado em suas respostas, na forma de desejar me esquecer. 
E se eu pudesse voltar atrás?
Se eu pudesse voltar e perguntar: O que será do nosso amor?

Do [nosso] amor,
L.

~Inspirado na Série Do Amor e na música Mapa-Mundí de Thiago Pethit~

quinta-feira, 21 de março de 2013

Para explicar porque os olhos brilham.

Brasília, 21 de março de 2013.

R. P.,

Eu queria que os meus olhos tivessem brilhado antes. Queria ter sentido o aperto do abraço como hoje, mas as vezes parece que para sentir essas coisas é preciso mudar o lugar que as pessoas ocupam na minha vida. 
Sempre me gabei dessa velha mania de ser a "boa amiga" dos meus e., mas hoje comecei a me questionar porque o papo não fluía da mesma forma antes. Porque as brincadeiras eram bobas e não engraçadas como agora?
O sorriso de hoje me pareceu mais sincero, os olhares com menos medo e mais admiração. Você parecia me ouvir.
As vezes (entenda como sempre) questiono qual é o verdadeiro sentido da palavra relacionamento para as pessoas e chego a imaginar que o real significado não passa perto do que eu chamo de ideal.
E o ideal é exatamente o que aconteceu hoje, mas com os afagos e beijos. É o conversar, é o estar junto fazendo coisas bobas, é perguntar como o outro está, como foi aquele bate papo que você sabe, viu e notou o quanto eu estava nervosa, é incentivar, é perceber o quanto um admira o outro nas coisas pequenas, nos detalhes.
Eu gosto de você, mesmo sabendo que não deveria, mesmo entendendo, de verdade, que você não merece essa minha curiosidade toda em te entender. Mas toda vez que eu tenho vontade de te procurar, mas não procuro, eu penso se você faz o mesmo. 
E isso tudo deve significar alguma coisa. Deve significar uma dessas coisas que a gente tenta explicar e não tem explicação.
F. [s] T.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Para o parabéns do melhor amigo.

Brasília, 21 de março de 2013.

D. L.,

A primeira conversa. Bochechas vermelhas. Você me convencendo de que era legal. Eu te odiando sem odiar. Amigos. Laboratório de Biologia. Quarta-feira. Escada. Roxette. Piadas. Nova namorada e novo namorado. Ciúmes. Medo de perder. Cuidado. Colo. Apoio. Cartas. Sorrisos. Abraços. Melhores amigos. Melhores. Crisma. Formatura.
Nossa primeira briga. Orgulho. 1 mês. Saudade. 2 meses. Saudade. Saudade. 3 meses e mais saudade. Vestibular. Frustração. Apoio. Perdão.
Ligações. Família. Crisma. Formatura. Vestibular. Nova vida. Velhos amigos. Bons amigos. O melhor amigo.
Primeiro emprego. Angustias. Medos. Amor
Universidade. Banca. Roxette. Ligações. Abraços. Saudades. Saudades. Saudades. Tempo. Distância. Amigo.
8 anos. História, a nossa.

Parece tão pouca, mas só a gente sabe o que cada palavra dessas significa. Qual a real importância disso tudo na nossa vida. O sentido da palavra amor ultrapassar fronteira de tempo e distância.
Obrigada por esses 8 aniversários ao teu lado e que ainda tenha muitos e muitos outros milhões de motivos para comemorarmos essa data juntos.
Eu te amo, te admiro pelo que você é e pelo o que me tornei ao teu lado. Obrigada por me ensinar a ser como eu sou, por estar do meu lado sempre. Por brigar comigo quando precisa e ainda assim no fim dizer: eu te apoio, mané.

Você é meu melhor amigo. E se não fosse, pediria um igualzinho.

Feliz aniversário!
Com amor,
F. [s] T.


domingo, 17 de março de 2013

Para dizer o que o medo não deixava.


Brasília, 25 de outubro de 2009.

R. M.,

Não foi assim que imaginei nossa conversa. Na verdade, tem dias que quero ter uma conversa que não consigo imaginar como seria.
Eu tenho uma velha mania de escrever cartas quando o assunto é complicado. Li uma vez em um livro que elas são a melhor forma de dizer algo que você tem medo porque você não vê a reação da pessoa nem precisa ficar horas debatendo o assunto. A pessoa simplesmente lê, concorda ou discorda, mas engole e pronto! Sabe, nesses anos em que tenho levado essa teoria na prática, verdade ou não, sempre foi mais fácil assim.
Não imaginar como seria a nossa conversa me faz ter um medo absurdo de conversar com você. Me sinto uma adolescente de 15 anos ridícula e apaixonadinha pelo charmoso professor de geometria, mas tudo bem.
Às vezes me pego pensando que tudo o que aconteceu entre a gente não acabou aqui, que a nossa conversa só será a confirmação de que estamos juntos. Depois penso que nós não estamos juntos mais, nem vivendo aquilo que começamos a quase 2 meses atrás. E às vezes, bem as vezes, chego a pensar que fantasiei um sentimento maluco dentro de mim.
Eu não menti quando disse que não queria namorar. Eu realmente não queria e ainda não quero. Exagero ou não, os meus últimos relacionamentos não me deixaram marcas muito boas. Dois namoros baseados em mentiras e chifres. Meus sentimentos sinceros trocados por intrigas e “terceiras” intenções. Entre eles vivi relacionamentos frustrantes e desanimadores, sempre com um começo fadado ao fim.
Não, essa carta não é para lamentar meus fracassos em relacionamentos. Mesmo porque não lamento por eles, só pessoas com um espírito pequeno lamentam coisas que mesmo que minimamente tiveram sua importância.
Voltando
Bom, quando dizia que não estava te pressionando é porque realmente não estava. Sei que meu jeito assusta. Essa de uma hora ser um doce e depois parecer que quer provocar, depois parece que quer algo sério e depois diz que não quer nada. Nossa... Acho que fiquei confusa comigo mesma agora.
Cedo ou tarde demais quero que você saiba como eu sou e o que espero/esperava de você.
Quando te conheci na festa da P. [r] A., primeiro esperava que você fosse só mais um menininho “canalha” amigo do W. [f] B.. Canalha no sentido de não se importar com mais nada além de um grande ego. Bom, você não é assim e confesso que o W. [f] B. e o R. [c] M. também não são como eu pensava (Ufa!). Depois de conversar com você um pouco, juro que de certa forma me arrependi de ter voltado com o A. P. logo naquela noite. Sei lá, de algum jeito você me mostrou, mesmo sem saber, que existiam garotos capazes de me fazer sorrir e que eu não precisava apostar mais uma vez no garoto ordinário que deu em cima da minha melhor amiga 5 min depois de me beijar. O arrependimento passou e eu te achei tão fofo que enchi o saco da C. [m] R., sim da C. [m] R. (ao contrário do que você pensa, eu realmente ia te arrumar uma amiga minha) para ela investir em você, mas ela nem deu trela e a gente levava isso na piada.
Eu precisei ir embora e nós trocamos telefones, sabe o que eu esperei de você nessa parte da história? Que você fosse só mais um número. Mas antes que eu pudesse dormir, você cumpriu a primeira promessa e me enviou uma mensagem. Garoto de palavra! Bastou isso pra eu voltar a pensar porque eu estava com o A. P..
No dia seguinte, eu, P. [r] A. e C. [m] R. fofocamos sobre a festa. Falar de você foi natural e eu acho que isso nem preciso dizer né?! Depois disso, você seguiu daí e eu de cá. Namorei com o A. P. e acreditei que gostava dele, ou pelo menos me esforcei pra isso. Acabei te esquecendo por um tempo.
Mas quando me convenci de que o que estava acontecendo entre eu e ele não era “gostar”, você apareceu novamente com o seu jeitinho encantador. Meu namoro terminou de afundar. Não foi por você, foi porque o A. P. não conseguiu fingir mais e eu sofri porque ainda estava acomodada àquele jeito de ‘tratar bem’.
Na festa da G. d’L., foi tudo muito diferente. Nossos papos na internet, pra mim sempre foram brincadeira sabe?! E lá não foi. Aconteceu. E sabe, foi muito legal. Morri de medo, vergonha, sei lá o que. Mas no fundo eu tava curtindo tudo aquilo. Os beijos, carinhos, os olhares. Não da pra pensar naquela noite sem lembrar de você dizendo: “Quando a gente vai se ver de novo?” e eu responder que ia ser quando você me ligasse e você ligar na mesma hora.  Não da pra não sorrir escrevendo todas essas coisas.
Depois, a pizza do dia seguinte e os finais de semana que foram divididos com você. Sempre bons momentos, sempre muitas risadas e claro, sempre um monte de gente com a gente. No começo, achava estranho isso. Ficava tímida com seus amigos e tal. Mas depois acabava sempre me divertindo bastante. Você é cercado de pessoas incrivelmente simpáticas e divertidas, e, principalmente, que gostam muito de você. Fique feliz por isso.
No meio de tudo isso existiram momentos muito especiais, como na casa do R. C.. Foi a primeira vez que não me importei de verdade com o que estavam pensando, se estavam me olhando torto ou me julgando por você estar lá. Acho importante você saber disso, porque sei que muitas vezes demonstrei o contrário.
No seu aniversário, tanto na festa quanto no dia mesmo, foram dias legais, muito legais com você.
Daí veio a viagem dos meus p. e aquela conversa super tensa que a gente teve. Eu fiquei feliz com sua reação na hora, mas depois você começou a ficar diferente. Nós paramos de nos ver, sempre uma desculpa ou alguma coisa que não da certo. Te assustei né?!
Desculpa! Não foi intencional, menos ainda pressão para qualquer coisa. Mas agora foi, fazer o quê. Enfim, ainda assim não é muito tarde para explicar. Você frequentava minha casa e pra mim era super desconfortável esconder do meu p. o que rolava, desconfortável por mim e por você. Sabe, eu não to fazendo nada errado, eu sei, mas eu também tenho que respeitar a opinião dele. Ele não é nenhum carrasco ciumento, mas tem lá suas convicções e eu não espero que você concorde nem nada do tipo, mas que respeite isso. E eu sei que respeita.
Bom, depois disso as coisas ficaram estranhas. Na minha casa foi estranho no começo, mas depois achei que tivesse ficado tudo bem.
Você viajou logo em seguida e com isso deu um belo nó na minha cabeça. O que eu não consegui entender foi porque você passou dias dizendo que ia ligar ou que queria me ver, e de repente foi e voltou sem dar o menor sinal de vida. Ai passei o fim de semana ouvindo minha m. perguntar cadê você, se tinha dado sinal de vida, falando que não estava entendendo e eu nem podia explicar nada porque eu entendia menos ainda tudo isso.
Eu esfriei, realmente esfriei as coisas, como uma forma de defesa. Eu gosto um bocado de você, mas se tem algo que aprendi com tudo isso foi gostar mais de mim do que dos outros. Só que não saber o que ta rolando me incomoda profundamente.
E com tudo isso, as nossas conversas de MSN só me deixam mais e mais confusas. Tem horas que são frias, tem horas que são super legais e tem horas que são do jeitinho de antigamente. Tem horas que me deixam com uma saudade louca e tem horas que me deixam sem a menor esperança de qualquer outra coisa. Dúvidas e mais dúvidas entende?!
Não quero não saber se estou ou não com você e, quando digo estar, não estou falando de compromisso, mas de esperar o mínimo de atenção, a mesma atenção que eu tinha quando te conheci.
Essa carta não é o fim de nada, nem o continuar, nem o começo. É só uma oportunidade de desabafar e dizer tudo o que quis te dizer e ainda não consegui. É uma abertura para que você, mesmo não sabendo lidar com as palavras como você diz, também me fale. É uma demonstração de que me importo com tudo isso, com você, comigo. E espero que você tenha entendido isso.
Beijos com um carinho enorme e um monte de zerinhos.
“Teadoro do verbo teadorar.”
F. [s] T.