A.,
Eu a vi. Sei que não devia, sei que prometi, mas não podia imaginar que ela estaria ali. Bebendo. Com um vestido azul que, surpreendentemente, eu não conheço. Ela sorria e esbanjava simpatia.
Tentei evita-lá, mas aquele bar, já não tão grande, me parecia menor. Onde eu ia, lá estava ela. Linda.
Linda como nunca.
E entre um copo ou outro de cerveja a vi de longe com mais um copo na mão. Não acreditava que ela, que quase nunca bebia, que estava sempre dirigindo, estava ali, bebendo. Sem mim.
Eu sei, A., coisas pequenas, mas que não saiam da minha cabeça. Coisas que se misturavam com a imagem dela, vestindo a minha camisa. Apenas a minha camisa. Ali, perto do fogão tentando esquentar qualquer coisa. Ela sorriu. Disse que queria fazer uma surpresa.
Como ela iria pra casa? O que ela fez com a minha camisa? Será que ela tem outro alguém? Ela não me devolveu, tenho certeza!
Minha mente se confundia. Todo o tempo o tempo todo. A., precisava sair dali, e então o fiz.
Dei tchau. E com um sorriso ela disse: não suma. E então sorri de volta.
B.
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