terça-feira, 24 de julho de 2012

Para o gosto de liberdade.

Brasília, 24 de julho de 2012.


Querida K.,

Antes de dormir hoje, precisava te escrever e perguntar como sabemos que realmente nos libertamos de algo? Eu Acho que hoje eu perdi o medo, querida K.. Depois de tanto tempo...
Eu acredito que estou livre de novo pra me apaixonar. Foi a primeira vez que consegui me lembrar pura e simplesmente das coisas boas que vivi com ele. 
Lembrei do monitor charmoso das aulas de quinta de manhã, de como ele ficava ali quietinho me observando (e eu observando ele), de toda minha manobra pra descobrir o nome e o e-mail dele.
Lembrei daquela sessão de cinema no domingo depois da missa, da piada boba que ele fez dizendo que ia me prender na maquina de ursinho, do primeiro beijo quase escondido na escada minutos antes do filme.
Lembrei do primeiro "amor" que soltei, de como eu fiquei sem graça e ele com um sorriso bobo. Lembrei do pedido de namoro nada romântico na parada de ônibus e de como ele sempre esperava o ônibus sair para dar o último tchau.
Lembrei das longas conversas, das grandes descobertas, lembrei de como é sentir saudades tendo acabado de ver alguém.
Lembrei de tanta coisa que eu nunca esqueci, mas, querida K., foi a primeira vez em 4 anos que eu lembrei só das coisas boas completamente desligadas de todo o mal que ele me causou, de toda a amargura que ele me deixou como maior lembrança.
Querida K., acho que ganhei um novo motivo pra esquecer: lembrar. Talvez eu ainda não esteja livre, mas já me sinto mais leve.
Durma bem, querida K. 
e tenha bons sonhos como eu terei.
F. [s] T.

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