Brasília, 04 de março de 2010.
F. [s] T.,
Sim, você mesma! Acorda menina. O que tem feito com você? O que tem feito por você? Com as pessoas a sua volta? Com quem te ama e te quer bem? Pra quê tanto valor a pessoas pequenas? Te vejo no meio de uma multidão e ainda assim consigo te vejo solitária, te vejo triste e cabisbaixa.
Consigo notar em você pequenos gestos, sinais quase que imperceptíveis. Imperceptíveis pra quase todos, não pra mim. Eu te conheço, pequena, eu te conheço.
Sei que você olha várias vezes pra porta quando está em um ambiente fechado, sei que você rói as unhas quando está esperando algo ou alguém. Você fecha os olhos quando sorri, não controla sua gargalhada quando ela é espontânea mesmo e odeia quando alguém te vê chorando. Você se faz de forte, adora contar os problemas pequenos só pra ter colo, mas quando algo realmente te incomoda você guarda só pra você. Porque, menina? Pra quê sofrer sozinha?
Você morde os lábios quando fica sem saber o que dizer, o que é raro, mas acontece. Você é a típica simpática-tímida. As vezes menina do sorriso aberto, sempre do coração fechado.
É por conhecer cada sinal do seu corpo, por entender cada gesto e pensamento seu que eu digo: menina, não tente ser tão mulher, seja mais menina, seja mais "moleca", seja a serelepe que você colocou de férias por tempo indeterminado. Tira ela do castigo, menina, deixa ela brincar um pouco.
É que ser menina é mais fácil sabe, menos doloroso. É quando você não importa se as pessoas vem ou vão, mas principalmente você não se importa com o porquê disso. Porque te deixar, te iludir, te enganar, virar as costas e simplesmente ir. Não importa! Não importa o que te façam, você nunca vai estar sozinha, você nunca vai desejar a solidão. Você não vai estar numa multidão e ser sozinha, você estará sempre muito bem acompanhada, seja por pai, mãe, amiga antiga, amiga nova, ou de ninguém. Pode ser apenas você e ainda assim ser reconfortante.
Menina-mulher, não tenha medo de não crescer.
Você tem uma vida inteira pra isso, confia em mim.
F. [s] T.
~Desafio de M. S.~