quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Para quem não conheço e pareço saber tudo.

Brasília, 14 de janeiro de 2010.

T. I.,

Tem semanas que procuro algo verdadeiramente inspirador, alguém que mereça uma nova carta por aqui. Não que minhas mal traçadas linhas aqui sejam algo de grande valor, mas hoje penso que as coisas não acontecem assim por acontecer e fim, é algo que vai além disso, é fazer por merecer.
Quando digo fazer algo, não significa algo grandioso ou esplendoroso. Na maioria das vezes, as pequenas coisas são muito mais lembradas do que os grandes atos heróicos, pelo menos é assim que funciona no dia-a-dia da gente e isso não se aplica as chatas aulas de história da Grécia. De que adianta ser o vencedor de uma grande guerra, se, no fundo, as pessoas sorriem verdadeiramente quando estão diante de uma história boba de paixão adolescente?
É como no amor, não adianta você apenas sentir, todo mundo sente, sabe? Demonstrar também não é o grande lance da coisa, foi-se o tempo que era. É a forma! A forma como sente, como age, como demonstra, como se toca a pessoa amada. Uma declaração dita ou o som da respiração perto do ouvido? A sutil diferença nisso é que faz uma noite de amor se tornar uma grande noite de amor.
E foi isso que eu senti hoje, lendo seus rabiscos. Era como se estivesse deitada na minha cama ouvindo você, sentado na cadeira próximo, bem próximo, de mim, ler aquela história de paixão pelo o que você faz. Pude ver seus olhos brilharem, pude sentir os meus brilharem. Tive de novo aquela boa e velha sensação de estar fazendo algo que se gosta, gosta não, se ama fazer.
É isso que você fez por mim, me fez sentir de novo o quão bom é escrever, é ser realizada. E é por essas e outras que hoje essa carta é sua e de mais ninguém. Te dou mais do que um texto bobo, te concedo um direito nunca dado antes: o de ter um sentimento meu que é só seu e de mais ninguém. Uma pena que eu não saiba explicar que sentimento é esse, mas sei que ele vai além da gratidão por ter reacendido essa coisa boa dentro de mim e vai mais além da admiração que sinto por você hoje.
Um boa noite com direito a um sorriso bobo.
F. [s] T.

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