segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Para ser a típica carta a não ser entregue.

Brasília, 9 de novembro de 2009.

R. M.,

Não consigo parar de pensar em você e volto a dizer que me sinto uma tosca adolescente de 15 anos de idade.
Sempre me orgulhei de dizer que minhas grandes paixões eram diferentes das que minhas amigas tinham. Eu achava que tinha o dom de controlá-las, mas hoje só consigo acreditar que até te conhecer não havia vivido uma verdadeira paixão adolescente.
Quando digo "paixão adolescente", me refiro àquela que parece que não vai acabar nunca, que arranca sorrisos sem motivos e que deixa uma dor momentânea insuportável.
Nos meus relacionamentos anteriores, eu sempre fui a forte, a decidida, mas hoje não consigo entender toda essa insegurança em relação a você.
Sei que a probabilidade de tudo isso dar certo é mínima, apesar dos pesares continuo uma pessoa racional. Só que não entendo o porquê de não conseguir parar de apostar as fichas nesse sentimento.
Hoje, ouvindo D., ouvi o seguinte verso: "teus sinais me confundem da cabeça aos pés". Desde o começo, teus sinais me confundiam e eu adorava tentar decifrá-los, mas, mais do que nunca, queria não confudi-los, na verdade, queria nem percebe-los.
Assim parece que essa agonia vai apertar menos meu coraçãozinho. E assim, eu poderia voltar a ser só aquela menina que acredita que sabe o que é um amor de adolescente.
F. [s] T.

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