A.,
Na sua última carta, você me perguntou o que será do nosso amor e eu te pergunto se você conseguiu lembrar dos nossos planos, das viagens marcadas e nunca realizadas, da cor das persianas da casa que não tivemos, do Bull, o cachorro que não criamos.
E de tanto imaginar, fantasiamos esse futuro incerto e, de todos os meus medos, o pior é imaginar o amanhã sem você, sem as viagens, casa ou sem o Bull. Sem qualquer ligação com você.
O que será do nosso amor, A.? Será, como sempre, o que nunca foi.
Ah! Se eu pudesse voltar... Nosso amor seria feito de realidade e não de feitos não feitos.
Com essa carta vai junto o ponto final dessa história, por favor, só me devolva com reticências.
F. [s] T.