Brasília, 20 de fevereiro de 2012.
Querida, K.,
Eu queria só uma vez ter certeza das coisas do mundo. Certeza de que tudo vai ser como planejado. E me pego perguntando se tudo teria a mesma graça se fosse assim, premeditadamente perfeito...
Talvez não fosse perfeito, sweet. Mas seria menos doloroso.
Porque as pessoas inventam essa fantasia em torno do amor? Porque a gente cresce acreditando nessa grande mentira de que todo mundo nasce pra ser feliz e que felicidade completa só há quando se está na zona de conforto, cercada pelas pessoas certas no lugar certo?
Afinal de contas, quem são essas pessoas, onde é essa Neverland? Cade o menino que não cresce e a fada que brilha?
É que não me adianta mais a trilha certa para personagens errados em cenários errados. Eu quero meu filme completo, com direito a jantar na lanchonete da esquina e um belo beijo no final. E se não for pedir muito, querida K., por favor, escreva ali no cantinho da minha vida o meu viveram felizes para sempre.
F. [s] T.